sábado, 20 de fevereiro de 2010

Por quê?

A página em branco diante de mim, fez com que eu acreditasse na minha total incapacidade de concatenar idéias. Durante alguns minutos fui invadida por uma horrível sensação de impotência e incapacidade literária. Ao final desde triste penar, pensei: “-Como assim não sei? Faço isso a todo instante! Deixo sempre minhas opiniões bem claras! Não tenho medo de expressar-me em público! Falo quando tenho que falar! Se sei falar, sei escrever!”


Logo percebi que o que me perturbava era o medo do novo! Realmente, tudo que é novo assusta. Escrever suas idéias de modo que fiquem registradas e sirvam de consulta para outros tantos é, sem sombra de dúvidas, algo muito novo para mim.

A facilidade da escrita me vem, decorrente da infância. O prazer de ter livros ao meu alcance. Desde os paradidáticos sugeridos na escola até os gibis que me eram comprados (e que leio até hoje!). Afirmo, com convicção, que tudo em nossas vidas é estímulo. Fui estimulada a ler por pessoas (meus pais) que não eram tão letrados! Este foi um incentivo positivo. Sabemos dos tantos negativos que se espalham por ai, mas deixemos de lado assunto tão desagradável.


O estímulo a leitura na infância e seu reflexo na vida adulta é um tema que me provoca. O ser humano crítico nasce quando é apresentado ao seu primeiro livro. Quanto maior seu contato com o universo literário, quanto maior será sua força na expressão. Devo deixar claro que quando falo em livros, não esqueço das revistas, jornais e periódicos. Tudo é leitura.


Já experimentou ler um livro qualquer para uma criança e depois perguntar sua opinião sobre o que ouviu? Claro, se esta não possui o hábito de ser ouvida, estranhará no começo. Mas se já experenciou outras vezes tal vivência, falará claramente o que concorda ou discorda na narrativa. Dê a ela a oportunidade de mudar a história. Pergunte, em cima das criticas que fez, como deveria agir a personagem principal. E o vilão? Será que o autor deveria criar um final diferente?

Parece brincadeira de criança, mas não é! Você estará exercitando a capacidade de reflexão, de expressão do pequeno. Ao ser questionada e verdadeiramente ouvida, a criança terá sua opinião respeitada e sua auto-estima em franco desenvolvimento. Claro que diante de algumas opiniões, as verdades devem ser expostas de maneira que ela entenda a diferença do real e do imaginário. Não se deve achar graça só porque a fala vem de uma criança. Diante do que for dito, saberemos como conduzir o diálogo se estivermos entregues ao exercício de verdade.

Não podemos afirmar com veemência, mas é bem provável que este indivíduo - se exposto a tal exercício com freqüência - terá uma maior desenvoltura no seu falar e no seu escrever na vida escolar. O adulto que sabe fazer uso do seu senso critico foi, na verdade, uma criança respeitada e estimulada. Se desejamos uma sociedade mais consciente, devemos estar dispostos a ouvir nossas crianças. Elas sabem o que dizem!

É com esse intuito que transcrevo aqui poemas, poesias e textos que foram por mim escritos desde minha adolescência... Começo pelo mais recente: um acróstico em homenagem àquele me fez voltar a escrever... meu filho Victor Huggo!

Um comentário:

  1. Lindo o seu blog. Que ele o ajude, nas entrelinhas da vida, a expressar os mais belos momentos seus. Que esses possam servir de aprendizado para nós. Lembre-se que o Grande Criador fala, por assim dizer, através de suas grandiosas obras. Forte abraço e sucesso!!!

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