sábado, 3 de março de 2012

9 de Março

(6 meses sem meu primo Luan hj e dia 9 ele completaria 22 anos... Saudades Eternas)

O silêncio dói.
Dói porque ele te fala tudo aquilo que você finge não ouvir...
Ele grita.
Ecoa em mim suas palavras mais cortantes...
Mas também ressoa sua doce canção
Melodia suave, serena e até maternal
Provocando um sorriso diante de tantas lembranças.
É... a saudade é grande !!!

Tudo flui...

Hoje não sou mais a mesma,
Cresci, amadureci e aprendi
Aprendendo a cada dia mais,
sei que ainda tenho muito a crescer...
Amadurecendo vou guardando experiências,
extirpando males, desafetos e superando crises...
Mas também vou acumulando vitórias,
Ganhos inegualáveis e incomensuráveis...
Posso não retornar a vivências impares,
Mas no meu coração guardo cada segundo,
cada cheiro, cada gesto ou sabor,
Porque tudo flui...

domingo, 2 de maio de 2010

Lembranças

Sonho com seus beijos
No cair da noite
No repouso de nossos corpos
Depois da volúpia do amor

Desejo seus afagos
No nascer de um novo dia
Acariciando minha boca
No conforto dos braços teus

Sei a falta que me faz
Tua presença em minha vida
Minha rotina já não tem paz
Desde a tua partida

Sua boca, seus olhos, seus braços
Tudo em você cheira a amor
São esses eternos laços
Que alimentam a minha dor

Eu

Portas abertas
Olhos fechados
Sonhos latentes
Coração trancado
Por dores afins

Desejos contidos
Existência limitada
Pudors extintos
Sorisos timidos
Olhar transparente
Por não mentir

Verdades nuas
Voz firme
Alegria farta
Corpo lateja
Alma deseja
Um amor sem fim ...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Meu Elizeu

(Acróstico feito por conta do meu trabalho com o aluno portador da Sind de Down - Elizeu... meu grande professor!!!)

Mesmo nos pequenos gestos
Eu vejo o grande passo que dá,
Uma conquista diária.

Entre idas e vindas, erros e acertos
Levamos, ao fim do dia
Inúmeros risos contidos
Zonas, malcriações, carinhos ...
Em tudo achamos graça!!!
Um ensina ao outro ...

... o que é amar!!!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

VOLTE

(Sem explicação ... dor eterna!)
Logo chegarás
me devolvendo a alegria,
dando-me a vida
Vida ... Vida ...
Quero você!
Venha ...
... não demore!
Sonho dia e noite ...
Volte e viva ...
Todos os momentos
a que tem direito e eu te roubei ...
Que seja abençoado ...
Pois, tenho certeza,
que já é ...
        ... muito amado! ...

SER HUMANO

(Sofrimento de adolescente que não quer virar adulta...)

Vazio,
mente livre
    solta
Procuro algo para pensar,
    fujo
Vem, quero voltar,
    me traz
E o silêncio se faz
     ...
     ...
     ...
Não consigo escrever
Onde está minha mão?
Onde foi meu pensamento?
Volte, venha ...
Dores ...
Sinto dores ...
     ...
     ...
     ...
O vazio dói!
Fere a alma,
fazendo com que sangre meu coração
Preciso manter a calma
Quero usar a razão
Tenho que recobrar meus sentimentos
Não desejop me perder no mundo
Sou sujeito vivente
Sou ser
Sou eu
E, assim, desejo viver
Sou ser
Sou humano
     ... ser ...
               ... vazio ...
                            ... solto ...
                                        ... triste ...
                                                    ... caindo ...
                                                                   ... morto ...
                                                                                 ... sem o meu pensar! ...

INICIO DE UMA DESPEDIDA

(Poema escrito em homenagem ao grupo Família Sorriso: Marcia, Laninha, Alessandra e Claudia e que foi inserido no discurso da cerimônia de Formatura em Psicologia - Casa de Espanha, março/1996 - onde eu fui a oradora)


Somos crianças
Somos vida
Alegrias e tristezas
Batem às nossas portas
Risos, piadas, graças
Tantos trabalhos, tanto sufoco
E agora?
Agora?
Já é hora
Hora de crescermos
Sermos profissionais
Termos novas responsabilidades
Deveres e direitos
Acabou ...
Nosso tempo aqui se finda
Somos adultos trabalhando
Pelo bem-estar dos outros
Quero mais, mais, mais
Mais tempo para vivermos
Maior número de emoções
Juntas, unidas, coladas
Por favor ... não saiamos
Uma da vida da outra
Sejamos assim
Sejamos seriedade, choro, sorriso
Sejamos colegas, amigas, ..., uma família
Sejamos crianças, meninas, adultas
Sejamos sempre essas meninas ...
... da tão linda ...
... família sorriso ...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

DA PAIXÃO DO SER

( "Da paixão do ser à loucura do saber" - livro lido para trabalho de Teorias e Técnicas Psicoterápicas 1 - Psicanálise )

Só posso dizer que angústia me causa
Desejar conhecer-me tão profundamente ...
Mas ...
Não quero saber dos meus fantasmas
Desejo solucionar meus impasses
Sou um ser no mundo,
Tenho que tomar consciência do Outro ao meu lado
Cresço, invisto, aprendo, ganho, perco ...
Vivo todas as minhas alegrias
Respeito meu luto
Com toda dor que só a ele pertence
Minhas falhas, erros, mentiras, acertos
Tudo tão claro, vísível aos meus olhos
Limpido como água clara que corre nas cachoeiras
Que grande loucura saber do meu eu
E mesmo assim continuar viva ...
Viva, consciente, lúcida, capaz ...
                 ... continuar ser ...
                                             ... mesmo na loucura do saber!!!

ANGÚSTIA DE VIVER

(Para conclusão do estágio Especializado em Psicoterapia de Adulto, em 1995, com base no Existencialismo Fenomenológico - filosofia que sigo na Psicologia e na vida)


Estou morta (ou durmo?)
Nasço para vida
Estou viva (ou acordo?)
Vivo, vivo
Curto cada instante
Cada segundo de minha existência
Livre
Liberta de todas as amarras
Que prendem a existência do meu eu
Vivendo cheia de temores, medos
Escolhidos por mim e para mim
Vivo no mundo cercada de dúvidas
Sou a própria dúvida
Nada sei (nada sou?)
Tudo posso, tudo quero
Estou só, rodeada de seres
Que tudo têm do nada que sou
Viva, viva
Sinto a vida em mim
Com necessidade de viver
Vivendo a vida
Que ainda existe em mim
Quero, desejo, penso,
Acredito, imagino, trabalho
Sem ter tido a chance
De sentir o que seria
Sentir o sentido de viver
O verdadeiro sentido da vida!

SOMOS REALMENTE DIFERENTES?

(Para trabalho de GQ1 de Antropologia Social sobre Preconceito - no curso de Psicologia na UGF em 1993)

Viver, sonhar
Correr livre por entre a relva
Pular rios, subir montanhas
Sorrir, chorar ...
Gritar ao mundo seus desejos
Sentir na pele todos os medos
Sugar da vida sua doce essência
Amar, sofrer ...
Branco como a paz.
Mente aberta para novos ensinamentos
Negro como a noite que cai
Vago no desconhecido, assustado
Amarelo ouro: o sol!
Que brilha e reflete toda minha luz
Vermelho: paixão que arde como fogo
Queimando as chamas do meu coração
Nascer! ... Crescer! ...
Reviver no ser que nasce do meu Eu!
Morrer ... acabar ...
É assim, em mim ou em qualquer outro
Branco, negro, amarelo, vermelho ...
Nascemos ...
Vivemos vitórias e derrotas! ...
Descansamos! ...
Um ao lado do outro! ...
                                     ... até o fim!!!

Minha inspiração...

Por quê?

A página em branco diante de mim, fez com que eu acreditasse na minha total incapacidade de concatenar idéias. Durante alguns minutos fui invadida por uma horrível sensação de impotência e incapacidade literária. Ao final desde triste penar, pensei: “-Como assim não sei? Faço isso a todo instante! Deixo sempre minhas opiniões bem claras! Não tenho medo de expressar-me em público! Falo quando tenho que falar! Se sei falar, sei escrever!”


Logo percebi que o que me perturbava era o medo do novo! Realmente, tudo que é novo assusta. Escrever suas idéias de modo que fiquem registradas e sirvam de consulta para outros tantos é, sem sombra de dúvidas, algo muito novo para mim.

A facilidade da escrita me vem, decorrente da infância. O prazer de ter livros ao meu alcance. Desde os paradidáticos sugeridos na escola até os gibis que me eram comprados (e que leio até hoje!). Afirmo, com convicção, que tudo em nossas vidas é estímulo. Fui estimulada a ler por pessoas (meus pais) que não eram tão letrados! Este foi um incentivo positivo. Sabemos dos tantos negativos que se espalham por ai, mas deixemos de lado assunto tão desagradável.


O estímulo a leitura na infância e seu reflexo na vida adulta é um tema que me provoca. O ser humano crítico nasce quando é apresentado ao seu primeiro livro. Quanto maior seu contato com o universo literário, quanto maior será sua força na expressão. Devo deixar claro que quando falo em livros, não esqueço das revistas, jornais e periódicos. Tudo é leitura.


Já experimentou ler um livro qualquer para uma criança e depois perguntar sua opinião sobre o que ouviu? Claro, se esta não possui o hábito de ser ouvida, estranhará no começo. Mas se já experenciou outras vezes tal vivência, falará claramente o que concorda ou discorda na narrativa. Dê a ela a oportunidade de mudar a história. Pergunte, em cima das criticas que fez, como deveria agir a personagem principal. E o vilão? Será que o autor deveria criar um final diferente?

Parece brincadeira de criança, mas não é! Você estará exercitando a capacidade de reflexão, de expressão do pequeno. Ao ser questionada e verdadeiramente ouvida, a criança terá sua opinião respeitada e sua auto-estima em franco desenvolvimento. Claro que diante de algumas opiniões, as verdades devem ser expostas de maneira que ela entenda a diferença do real e do imaginário. Não se deve achar graça só porque a fala vem de uma criança. Diante do que for dito, saberemos como conduzir o diálogo se estivermos entregues ao exercício de verdade.

Não podemos afirmar com veemência, mas é bem provável que este indivíduo - se exposto a tal exercício com freqüência - terá uma maior desenvoltura no seu falar e no seu escrever na vida escolar. O adulto que sabe fazer uso do seu senso critico foi, na verdade, uma criança respeitada e estimulada. Se desejamos uma sociedade mais consciente, devemos estar dispostos a ouvir nossas crianças. Elas sabem o que dizem!

É com esse intuito que transcrevo aqui poemas, poesias e textos que foram por mim escritos desde minha adolescência... Começo pelo mais recente: um acróstico em homenagem àquele me fez voltar a escrever... meu filho Victor Huggo!

Victor Huggo

Vida nascendo em mim...

Insipiente de todo porvir, estava eu...

Cega de tanta felicidade, sem te conhecer!

Tudo tão novo, tão incerto

Ora cheia de medos, ora de força

Resgatando os sonhos de criança...



Hoje, ao te ver mais velho,

Uma lágrima de orgulho

Grita por liberdade em meu peito

Guarda contigo essas palavras, filho meu:

O meu amor, a minha vida, os meus sonhos...
                                                                   ... são teus!!!